quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Light Painting

Deste principio surgiu o “Light Painting” que tem sido muito explorado por artistas ou mesmo curiosos, principalmente nos dias de hoje pois quase todo mundo tem uma câmera digital.
Essa nova técnica foi apresentada recentemente no programa Scrap MTV, mostrando a arte do Buia (designer gráfico e grafiteiro).

http://mtv.uol.com.br/chivitz/blog/light-painting-%E2%80%93-conhe%C3%A7-t%C3%A9cnica-de-desenhar-com-lanternas-e-fotografar-essa-doidera

O mesmo foi realizado nas aulas de fotografia... !! Alguns dos resultados:





terça-feira, 3 de novembro de 2009

London River - Rachid Bouchareb



LONDON RIVER



DIRETOR
Rachid Bouchareb

Nasceu em 1953, nos arredores de Paris. De 1977 a 1983, trabalhou como diretor assistente na French National Television Production Society, indo depois para as emissoras TF1 e Antenne 2. Ao mesmo tempo, começou a fazer curtas-metragens. Em 1985, dirigiu seu primeiro longa, Bâton Rouge, e em 1988, com Jean Bréhat, fundou a produtora Tessalit. Em 1991, apresentou o segundo filme, Cheb, premiado no Festival de Locarno e também vencedor do prêmio Perspectives du Cinema, em Cannes. Dirigiu ainda, entre outros, Poussières de Vie (1995), Little Senegal (2001) e L’Ami y’a Bon (2005). Foi produtor do filme Queridinha (2000, 24ª Mostra), de Anne Villacèque. Por seu filme Dias de Glória (2006, 30ª Mostra), os cinco atores principais levaram o prêmio conjunto de interpretação masculina no Festival de Cannes 2006. London River foi selecionado para a Competição Oficial do Festival de Berlim.

Dente Canino - Yorgos Lanthimos



Yorgos Lanthimos

Estudou direção para cinema e televisão na Stavrakos Film School de Atenas. Desde 1995, dirige filmes, clipes, peças de teatro e comerciais de TV. Em 2004, fez parte da equipe que planejou as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Atenas. Dirigiu o curta Uranisco Disco (2001) e o longa Kinetta (2005), exibido nos Festivais de Toronto e Berlim. Dogtooth ganhou o prêmio de melhor filme da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes.

Pai, mãe e três filhos vivem nos arredores de uma cidade. A casa é isolada por uma alta cerca que os filhos nunca puderam ultrapassar. Eles são educados, entretidos, entediados e exercitados da maneira que seus pais acham correto, sem nenhuma interferência do mundo externo. Acreditam que o avião que veem passando ao longe no céu é um simples brinquedo, e zumbis são flores pequenas e amarelas. A única pessoa autorizada a entrar na casa é Christina, que trabalha como segurança no escritório do pai e visita o filho a fim de satisfazer suas necessidades sexuais. Toda a família gosta dela, em especial a filha mais velha. Um dia, Christina dá a ela uma bandana que brilha no escuro e pede uma outra coisa em troca.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Filme FREUD ALÉM DA ALMA


Freud Além da Alma, trata das descobertas de Freud tomando como base suas próprias experiências psicanalíticas pessoais, como por exemplo, a teoria que desenvolveu sobre o Complexo de Édipo, fundamentando-se na própria relação com seu pai morto. O Diretor do filme, John Huston, lançando mão do roteiro escrito por Jean-Paul Charles Aymard Sartre (1905 – 1980), com uma linguagem metafórica e onírica mostra muito bem o conflito interior que viveu Freud enquanto tentava penetrar no obscuro inconsciente de seus pacientes, pois temia encontrar o inefável, o impensável. Na verdade, Freud temia encontrar a sua própria essência, através de seus estudos, nos outros.
O filme serve como boa introdução para se compreender as etapas percorridas por Freud para elaborar a teoria e chegar ao método de tratamento psicanalítico.

Para a medicina,antes de Freud, a histeria era tratada como infecciosa e portanto de origem orgânica. O paciente não se recorda de nada já que sofre de uma trauma psicológico que são idéias presas a sua mente, podendo ser traumas de infância, como é mostrado no filme. Os médicos reagiram com repudio e tratavam a hipnose como método não cientifico, considerando isto um método do demonio.

Charcot era um médico e cientista, e foi quem influenciou Freud a delinear a idéia de um inconsciente que funciona junto ao consciente, mesmo que tenha iniciado esse processo de tratamento de neuroses, através da hipnose, técnica que sofreu Resistencia por parte da maioria dos medico da época. Charcot concluiu que a hipnose seria um método não somente revolucionário mas também eficiente no tratamento e na cura das perturbações psíquicas, em especial a hysteria.
Para Freud, Charcot era um libertador, por ter analisado o homem profundamente adoecido . Preocupado com a questão do sofrimento de seus pacientes e, tentando aplacar sua dor, Freud segue a doutrina de Charcot e utiliza a hipnose em seus estudos sobre histeria.
No ano de 1886 Charcot tentar mostrar que a doença mental divide o pensamento em duas linhas. O paciente de nada se recorda pois sofre de uma trauma psicológico que são idéias presas a sua mente. Através da hipnose se chega no inconsciente, onde os sintomas permaneciam, e então através de sugestões a mente pode eliminar ou criar os sintomas. O estado hipnótico é uma simulação diferente da cura.
Na verdade, Charcot havia se tornado um hábil hipnotizador, e aplicava sua técnica no sentido de induzir no paciente às manifestações próprias da histeria, uma doença mental associada a manifestações físicas, tais quais enrijecimento do corpo e espasmos musculares. Algumas aulas e demonstrações de Charcot se constituíam num grande espetáculo à parte onde ele podia usar a hipnose para criar numa pessoa sadia sintomas como tremores, paralisia, insensibilidade à dor histeria e, por outro lado, podia igualmente aliviar os sintomas dos pacientes histéricos mediante sugestão hipnótica. Isso deslumbrou Freud, tendo inicialmente sido influenciado profundamente por Charcot.

Quando Freud volta a Viena, ele leva consigo suas novas idéias, em que o pensamento humano está no plano do inconsciente. Lá, os médicos não aceitam suas idéias, defendendo a idéia de que a hipnose é um método não científico, por isso não era aceita.
Já o doutor Breuer aceita e confia nas idéias de Freud e lhe conta seu caso com a paciente chamada Cecily, no qual através da técnica de hipnotizar a pessoa, curou sua insônia descobrindo que Cecily estava apegada ao sonho em que via seu pai.
Breuer autoriza Freud de acompanhar seu caso. Ao ver uma dessas sessões, a que Breuer vai conduzindo Cecily a falar sobre seu sonho, a garota conta sobre uma xícara e que seu cachorro estava bebendo da xícara. O médico vai fazendo com que a paciente tome água e quando esta acorda se lembrará de tudo que aconteceu. Qundo Cecily acorda está bebendo água e seu trauma é curado.
O medico Breuer desenvolveu o método catártico que consistia em: com o auxilio da hipnose visava à recordação e a elaboração dos acontecimentos traumáticos, produzindo a descarga emocional necessária para a cura dos sintomas.
Freud visita a casa do filho do general. Freud inicia seu pensamento de que as pessoas prendem seus pensamentos, suas lembranças no inconsciente. Ao visitor o filho do general, Freud tenta solucionar o motive que levou o garoto a atacar seu pai. Com a hipnose o garoto revive a cena em que se encontra com uma faca em sua mão e com raiva de seu pai. Elea firma que seu pai abusava sexualmente de uma menina, que seria sua mãe. Há ummanequim na sala, em que o garoto imagina ser sua mãe e mostra um desejo sexual por ela. Assustado com a cena, Freud sai correndo da casa, afirmando que o garoto estava louco. Esta cena é importante no filme, já que a partir dela inaugura-se a importância da sexualidade infantil e do complexo de Édipo na estruturação do psiquismo humano. Para Freud a sexualidade existe desde os primeiros anos de vida, significando a busca de prazer ou satisfação que, em geral, é proporcionada pela mãe ao ser a principal provedora de cuidados do bebê
O caso de Cecily é de extrema importância para o desenvolvimeto da teoria de que toda neurose teria ligação com a sexualidade. Durante a sessão Cecily confessa ter sido molestada pelo pai e para silenciar o fato ganha uma boneca de presente. Porém, Freud passa a desconfiar do relato da paciente quando percebe que esta ainda a guarda com muito carinho, o que, na verdade, deveria ter sido rejeitada por fazer referência ao ato traumático.
Algum tempo depois, Cecily nega ter sido assediada pelo pai e ameaça suicidar-se, afirmando ter construído esta história apenas para agradar seu medico, afirmando ter falado o que Freud queria ouvir. Além de passar a especular que talvez os pacientes não estivessem se recordando de uma lembrança, mas de uma fantasia.
Freud sendo seu próprio paciente começa a relacionar seus sonhos como o sonho do funeral de seu pai.Freud amava seu pai, mas o sonho mostrava o contrario Em sua experiência de auto-análise Freud confirma a construção da fantasia quando compreende que o assédio sofrido por sua irmã pelo seu pai nunca aconteceu (já que esta nem mesmo havia nascido naquela época), sendo uma forma de tentar punir o pai por ter-lhe tirado a mãe.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

CORRA LOLA CORRA



Corra, Lola, Corra é um filme alemão pouco tradicional de seu país de origem, fugindo totalmente do clássico e montando uma identidade própria toda especial através de uma inovadora narrativa que conta, por três vezes, a mesma história. O diretor brinca com as casualidades do dia-a-dia das pessoas, mostrando os mesmos fatos desse dia-a-dia se tivessem acontecido ou não, variando pelas histórias.
Antes dos créditos iniciais, surge na tela uma carranca que logo identificamos como um pêndulo de relógio. Segue-se uma figura de um relógio monstruoso que nos abocanha. A música inspira um suspense típico de filmes de terror.
Dessa forma o diretor apresenta o personagem principal da trama: o tempo.
Os personagens destacados são todos atores que participam do filme. É a maneira do diretor os apresentar como pessoas colhidas da multidão. O último destaque é o segurança do banco do pai de Lola que chuta uma bola para cima. A câmera sobe como se representasse a visão da bola para a multidão lá embaixo e todos se reposicionam, fundindo-se, formando no chão, a frase Lola Rennt (Corra, Lola) que é o título original do filme.
Surgem os créditos onde Lola é retratada como um desenho animado em desabalada corrida enfrentando inúmeros perigos no percurso. Entre eles, um relógio monstruoso. A personagem dá socos nos créditos e alguns deles, ao acaso, transformam-se em monstros ou coisas do tipo. Uma cena de videogame com trilha sonora tecno.
Todo o filme é estruturado a partir de algumas constantes temáticas: a idéia da repetição, dos relógios, da influência do acaso, do número 20, da cor vermelha, da espiral e da relação entre gritos e vidros quebrando. Essas figuras servem como costura essencial para o filme e conferem a ele uma unidade sólida.

ANÁLISE SEMIÓTICA

acaso - um dos mais importantes elementos temáticos do filme. A sua estrutura serve para mostrar o quanto pequenas mudanças aleatórias de conduta podem acarretar em significativas alterações no futuro. Lola tem 3 chances para salvar Manni dos gangsters e em cada oportunidade, devido a pequenos detalhes, os resultados variam entre o desastre de causar a própria morte ou do namorado e a possibilidade de resolver o problema e ainda ficar com o dinheiro. Em várias oportunidades durante o filme, quando Lola de alguma forma intercepta outros personagens, surgem os flashfowards: são rápidas seqüências fotográficas que representam cenas do futuro de cada pessoa interceptada e que pretendem mostrar para o espectador que dependendo da maneira como Lola os aborda, seus futuros tomam caminhos totalmente diferentes. A senhora com o carrinho de bebê, por exemplo, na primeira corrida acaba perdendo a guarda do bebê, enlouquecendo e tornando-se uma seqüestradora de crianças; na segunda corrida, ganha na loteria e na terceira corrida, acaba se filiando a uma seita religiosa. Nas escadarias de seu apartamento, logo no começo das corridas, dependendo da maneira como a protagonista interage com o menino com o cachorro – simplesmente se esquivando com medo, enfrentando-os e sendo derrubada escada abaixo ou voando por sobre os dois – interfere consideravelmente no desenrolar de cada corrida; A secretária Jutta só tem tempo de dizer ao pai de Lola que o seu filho não é dele quando, por acaso, Lola se atrasa na segunda corrida devido ao tombo nas escadas do seu prédio e, como na primeira corrida, distrai Herr Meier, momentos antes, na saída de sua garagem – ele estava se dirigindo ao banco para pegar o pai de Lola - fazendo com que o seu carro colida com outro na rua; é o acaso que permite a Lola salvar o homem na ambulância na terceira corrida, que faz com que ela se dirija ao cassino, para que, apostando no acaso (na roleta), ganhe os 100 mil marcos. Vale observar que a chave para tantas variantes se encontra em grande medida nas mudanças de atitude de Lola frente à missão que tem pela frente. O diretor constrói o personagem não como alguém que vive uma mesma situação 3 vezes, mas como alguém que possui 3 chances de alcançar o sucesso: um personagem de video-game com 3 “vidas”! Lola parece aprender com as experiências passadas a evitar novos erros fatais.

Repetição – outra referência fundamental dessa produção. Temos uma estrutura formal onde a mesma situação é repetida 3 vezes, como já foi dito antes, até que a protagonista consiga alcançar o seu objetivo; ao telefone, na introdução, Lola e Manni repetem várias vezes a palavra die Tasche (a bolsa) quando é relatada a situação da blitz no metrô; o tique-taque dos segundos que restam para o fim do prazo estipulado, onipresentes, soando subliminarmente; os passos de corrida de Lola; a fotografia toda baseada em padrões repetitivos: colunas em fila debaixo dos trilhos do metrô, prédios com janelas idênticas, o próprio metrô, a fileira de freiras no caminho, o chão por onde Lola corre visto de uma tomada do alto com padrões quadrados, o eletrocardiograma dentro da ambulância, a faixa listrada do lado direito da cena da morte de Manni; a escolha de uma trilha musical baseada em padrões repetitivos tecno que funcionam como uma espécie de substituto para os sons dos ponteiros do relógio: um fator de incremento para a tensão nos momentos de corrida. As letras das canções também trazem versos repetitivos como em Running Three (tema da terceira corrida): “I want to go/ I want to fight/ I want to rush/ I want to run/ I want to see you again/ under the setting sun/...”

gritos e vidros quebrando – um dos elementos que acrescenta um componente fantástico ao filme, e que está relacionado a um gesto genérico: um momento de acúmulo de tensão que leva a um fim explosivo seguido de profundo silêncio, que pode ser encarado como uma miniatura da estrutura formal de cada uma das duas corridas iniciais com respeito a seus desfechos e mesmo ao seu conteúdo musical: depois de 20 minutos de tensão ao som de uma trilha musical tecno alucinada, ocorre, inevitavelmente o momento crucial da morte de um dos protagonistas, seguida da execução de um fragmento da estática e tranqüila textura homofônica de cordas que forma a base para a obra The Unanswered Question do compositor norte-americano Charles Ives que possui relação com o silêncio depois do explodir dos vidros.

tal efeito fantástico ocorre na introdução quando Lola pede calma a Manni ao telefone, no escritório de seu pai durante uma discussão na primeira corrida e no cassino, na terceira corrida quando ela acaba ganhando o dinheiro. Aqui, além de quebrar todos os vidros do ambiente, Lola consegue influenciar a roleta a seu favor através desse recurso. Na segunda corrida, o gesto grito-vidros quebrando está presente de forma sutil na relação: sirene de ambulância-chapa de vidro quebrando no cruzamento. Aqui, porém, como nas cenas que acabei de citar, Lola é a responsável pelo “efeito”, pela colisão, por ter distraído o motorista momentos antes.

espiral - o gesto espiral permeia todo o filme. Voltando para a estrutura formal macrofórmica, temos uma estrutura circular, que acaba sendo retomada continuamente depois de transcorrido todo o seu percurso, mas que nunca é retomada como antes, como um padrão espiral. O fato de Lola parecer estar sofrendo um constante aprimoramento como se estivesse aprendendo com os próprios erros entre uma corrida e outra, acaba sugerindo que a cada nova tentativa, Lola estaria num estágio superior como ser-humano: desde a criança tola que não sabe o que fazer e que acaba morrendo violentamente (primeira corrida), até o ser angelical que salva um paciente terminal dentro de uma ambulância em movimento a caminho do ponto de encontro com Manni apenas olhando em seus olhos e segurando sua mão. Pode-se visualizar a imagem de uma espiral divergente. Em termos de cenário, maquiagem e fotografia, temos diversos momentos onde aparecem espirais: na apresentação dos créditos como uma textura de fundo; a câmera na cena onde a mãe de Lola fala ao telefone descreve um percurso espiral ao seu redor que acaba transportando a cena para o desenho animado de Lola na TV da sala; no início de cada uma das corridas (em formato de desenho animado) ao percorrer as escadarias do seu prédio, que nesses momentos parecem não ter fim e possuem o formato de espiral convergente; a porta de seu prédio possui um ornamento em forma de espiral; o nome do prédio de onde está situada a cabine telefônica de onde Manni se comunica com Lola se chama Spiralle; os desenhos da cama de Lola e Manni nas cenas de flashback que sucedem ambas as mortes são em formato de espiral; o cabelo da moça no fim da cena do cassino na terceira corrida foi penteado em formato espiralado. Por fim, o movimento circular da roleta, que apesar de ser circular sempre aponta para um destino diferente, é imitado por Lola na introdução quando a protagonista se concentra para tentar achar em sua mente alguém que possa lhe emprestar o dinheiro: a câmera descreve um movimento circular em torno da personagem e vão aparecendo “resultados parciais” em sua mente até que o movimento giratório vai perdendo força (como na roleta) e o personagem sorteado acaba sendo o seu pai.

a trilha musical que acompanha Lola em suas 3 corridas é constituída de músicas que possuem a mesma estruturação formal, mas que apresentam sempre arranjos e letras diferentes, enfatizando a novidade de cada corrida apesar do início idêntico: a música é retomada mas nunca da mesma forma. As letras, como já foi visto no item repetição, possuem, em grande medida, versos que apesar de iniciarem de forma idêntica, logo são variados como mais uma alusão subliminar ao padrão espiral. Vale dizer que o diretor Tom Tykwer declarou-se grande admirador do cineasta Alfred Hitchock e chegou a afirmar que a idéia das espirais em seu filme pretendia ser uma homenagem: uma referência explícita ao filme Vertigo.

relógios – sendo o tempo o grande protagonista, e vilão, da estória, não podiam deixar de faltar inúmeras referências a ele no decorrer da trama. Um relógio surge monstruoso antes da introdução e durante os créditos firmando-se como elemento fundamental de costura do filme. Relógios foram dispostos em diversos locais do percurso de Lola em direção a Manni para por o espectador a par do tempo que resta a Lola para evitar que seu namorado assalte o supermercado em frente à cabine telefônica e salvar sua vida. O relógio mais importante, sem dúvida, é o que fica situado ao lado do supermercado: é ele que Manni consulta para saber se é a hora de entrar no estabelecimento e realizar o assalto. Há um relógio no quarto de Lola que serve como start para que o espectador “acerte o seu relógio”, outro na sala de seu pai que, por ser de vidro se espatifa quando Lola grita na primeira corrida e uma senhora dá as horas a Lola quando esta sai do banco. O formato do relógio também faz parte do design geral: circular e fragmentado (roleta), divide o tempo marcando os segundo em tique-taque (repetição). O relógio define os lapsos temporais dentro dos quais os eventos se sucedem e funciona como um tirânico mecanismo de precisão que deve servir como fria referência na luta da personagem principal pela vida de seu amor.

a trilha musical tecno é utilizada nos momentos em que Lola se encontra correndo contra o tempo, nas ruas, e cessa toda vez que surge uma situação de diálogo alheia a isso: quando se perde a noção do tempo e se faz necessário perguntar as horas para reiniciar a corrida. Existe uma relação estreita, portanto, entre o correr dos segundos no relógio e os momentos em que Lola literalmente aposta corrida com o tempo, nas ruas. Nos momentos em que o tempo pára, nos finais, cessa também o ritmo tecno, que é substituído por algo que dá a idéia de suspensão temporal: os acordes prolongados em pianissimo e a harmonia ambígua de Charles Ives, ou mesmo o simples silêncio dos momentos íntimos à cama.

20 – existem 4 referências importantes a esse número no decorrer do filme: a primeira é bastante óbvia e diz respeito ao prazo de 20 minutos que Manni estipula para iniciar o assalto ao supermercado. Nesse lapso de tempo Lola deve conseguir 100 mil marcos para dar ao gangster patrão de Manni, caso contrário seu amado será assassinado. O segundo é o tempo de duração real, para o espectador, de cada corrida é sempre equivalente aos 20 minutos estipulados por Manni. Todos os eventos mostrados durante as 3 corridas ocorrem quase simultaneamente a elas, sendo que os eventos paralelos à corrida de Lola foram filmados com técnicas diferentes e possuem uma imagem levemente desfocada. O filme possui, portanto 81 minutos, sendo que mais ou menos 20 para a introdução e mais ou menos 60 para as 3 corridas (20 cada). O terceiro não é tão significativo e diz respeito ao dinheiro necessário para Lola comprar a ficha de 100 marcos na entrada do cassino, faltam 20 centavos de marco, e o quarto é que Lola ganha o dinheiro de Manni apostando insistentemente no número 20 da roleta, na terceira corrida.

cor vermelha – Existem várias referências à cor vermelha no decorrer do filme: o cabelo de Lola, cuja corrida acaba nos remetendo à corrida de um portador da tocha olímpica, a ambulância, o cenário e a luz dos momentos íntimos entre Manni e Lola, a primeira bolsa, do assalto ao supermercado, além de referências aqui e ali por toda parte. Outra referência relacionada a cores é muito importante e diz respeito à maneira sutil como o diretor procurou dar a dica de como deveríamos encarar cada uma das corridas. Em todas as corridas, inevitavelmente, Lola consegue o dinheiro e o deposita em bolsas. Na primeira corrida, depois de assaltar o banco, ambos fogem com o dinheiro em bolsas vermelhas; na Segunda corrida o dinheiro do assalto ao banco do pai é colocado em uma bolsa verde e o dinheiro ganho no cassino, numa bolsa dourada (amarela). Tais cores remetem às cores de um semáforo: pare, siga e preste atenção. Em outras palavras, a primeira corrida está sob o signo da insensatez e insegurança e Lola age como um carro desgovernado; foge de medo do cão nas escadas, se submete à autoridade do pai, não consegue o dinheiro, é levada a participar do assalto ao supermercado e acaba morta. Coincidentemente a palavra falada por Lola quando de sua ressurreição é stop (pare); na segunda corrida Lola assume as rédeas da situação e se impõe, procura enfrentar o garoto das escadas e sofre a queda (a deixa para entendermos que ela está sendo guiada por uma determinação extremada que pode levar ao desastre), consegue o dinheiro passando por cima da autoridade paterna, chega a tempo de evitar o assalto, mas não consegue evitar a morte de Manni que não vê o sinal verde para a ambulância, que o atropela. A letra da canção tecno que acompanha sua segunda corrida diz: “Just go go, never stop and never think/ To do do do do the right thing/...”; e finalmente, a terceira corrida é a corrida da reflexão, da inspiração divina, da atuação de forças transcendentais: depois de não conseguir encontrar o pai, Lola reza por uma saída correndo de olhos fechados pedindo um sinal e um caminhão a acorda quando por pouco não a atropela, e com isso Lola visualiza o cassino, gastando os últimos segundos de sua corrida apostando tudo o que pode na roleta. Por fim ajuda a ressuscitar um paciente terminal dentro da ambulância.
Corra, Lola, Corra ganhou alguns prêmios internacionais, como o de Melhor Filme Estrangeiro pelo Independent Spirit Awards.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Anticristo LARS VON TRIER


“Anticristo” chocou parte da imprensa especializada, que saiu antes de a sessão terminar ou vaiou o filme ao final da exibição. Na entrevista que concedeu aos jornalistas após a sessão, Von Trier foi alvo da fúria de alguns críticos, que não entenderam ou não gostaram do filme.

http://www.festival-cannes.com/en/mediaPlayer/9902.html
Vídeo que mostra Von Trier em CANNES

O filme relata o drama de um casal em luto, abalado pela trágica morte do pequeno filho. Von Trier apresenta a tragédia num prólogo composto com requintes de crueldade e alguma apelação, no qual o menino abre o berço, caminha pelo apartamento e salta pela janela da sala enquanto o casal, entretido, faz amor no quarto.
Von Trier também coloca em questão a chamada psicoterapia cognitiva, uma alternativa menos profunda que a psicanálise, mas útil para resolver alguns tipos de problemas, medos e traumas. O terapeuta, no filme, convence sua mulher a abandonar os remédios que vinha tomando e a superar o luto elaborando uma lista com os seus maiores medos.

Análise do filme
O filme é dividido em quatro capítulos:
“Luto", "Dor (Caos Reina)", "Desespero (Genocídio)" e "Os Três Mendigos". O termo anticristo ocorre apenas quatro vezes na Bíblia.

O orgulho "científico" do marido, o impede, até a sequência final do filme, de perceber que a mulher não sofre "simplesmente" devido à morte do filho, mas sim pela descoberta do mal que a acometeu desde sua passagem no último verão, sozinha com seu filho, pela casa deles no bosque do Éden, e que sua "escolha pelo sexo" em detrimento do filho a despertou para o pesadelo. Foi esse mal que a levou deixar seu filho morrer. O desejo, habitado pelo mal, se torna uma máquina de tortura contínua, levando o mundo à "descriação" e à desordem.

Não é por acaso que um dos "capítulos" do filme se chama (fato descrito por um dos animais deformados no Jardim do Éden de Von Trier): "Aqui reina o caos". Como aparece no roteiro sua transformação numa personalidade habitada pelo mal? Além da opção pelo orgasmo em detrimento do filho e as terríveis torturas que ela causa no corpo do seu marido e no seu próprio, a descoberta que ele faz ao ler a carta do instituto médico legal após a autópsia do filho é a gota d'água. Os médicos identificam uma deformação nos pés da criança. E por quê?

Durante o último verão, ela deveria escrever sua tese, cujo tema era criticar a suposição medieval de que a maldade seria intrínseca à natureza feminina. Em vez disso, ela descobre que sua natureza era intrinsecamente má: "A natureza é o templo de Satanás", ela diz.

Ela descobre o "prazer" de calçar os sapatos no filho invertendo os pés, e assim causar um enorme sofrimento à criança. Só diante das torturas a que é submetido por ela e dessa descoberta o marido muda de posição e percebe que deve levar a sério a fala de sua mulher: "Sou má".

O que Von Trier capta é a atmosfera que nosso casal mítico Adão e Eva experimentou após a queda. Não um jardim do Éden onde a natureza é essa criação romântica sem dor, mas uma escura câmara de terror, cheia de gemidos e solidão. A personagem feminina carrega em si toda a tragédia que é ter sido aquela que pressentiu o hálito do mal no mundo e em si mesma.

A ambiguidade deixa no ar as reais intenções de von Trier, que hora parece estar assinando um atestado de misoginia que atribui à mulher a desgraça do homem. O psicanalista despe progressivamente a esposa de seus traumas até chegar ao verdadeiro eu da parceira, demoníaco e maligno – ela é o anticristo, que leva o homem ao pecado original; ela o atrai para transar sob a “árvore do conhecimento”. É algo que o diretor sinaliza na própria grafia do título, que exibe o símbolo de Vênus no lugar do “T”. Cabe ainda ressaltar o paralelo temático com o mito de Medéia, assassina dos próprios filhos.

Mas, ao mesmo tempo, o cineasta dá a entender que o longa não passa de um conto carregado de simbolismos e papo psicológico sobre a abnegação do ser humano à irracionalidade da natureza. Por exemplo, as várias tomadas que destacam tragédias com que convivem a vegetação (o zoom no vaso de plantas no quarto do hospital) e os animais (o filhote de pássaro devorado por formigas e depois canibalizado por outro da mesma espécie). A floresta, o Éden, seria o ambiente onde a lógica não tem vez e o caos reina. E ao levar a esposa a se fundir com essa natureza, habitada por outras mães de crias mortas, o marido se torna o responsável por libertar a crueldade inerente ao homem (já dizia Hobbes).

Apple Retail Store é a número um em faturamento na Fifth Avenue, em Nova York


No começo de junho, já publicamos uma matéria sobre o sucesso absurdo de vendas que a Apple conquistou com sua localidade emblemática na Fifth Avenue, em Nova York. Hoje, uma matéria da Bloomberg afirma que ela pode ter ido além, se tornando a rede varejista com maior faturamento de toda a região — batendo inclusive a famosa rede de joias Tiffany.

FONTE: http://macmagazine.uol.com.br/2009/08/24/apple-retail-store-e-a-numero-um-em-faturamento-na-fifth-avenue-em-nova-york/

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

FOTOGRAMA

BLUSH M.A.C


FOLHAS

LARS VON TRIER



O trabalho de Teoria da Comunicação tinha como objetivo uma análise semiótica dos filmes de Lars Von Trier, Dogville e Manderlay.
Após a análise de capas da revista Veja, era preciso transformar uma idéia central do filme Dogville e expressá-la através da criação de uma capa da Veja, utilizando-se de signos e símbolos.





Já no filme Manderlay a idéia era fazer uma peça publicitária.




DEFESAS DAS CRIAÇÕES

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Interpretação da Forma Visual de uma Palavra

Este trabalho tem como objetivo desenvolver o olhar e a observação do ambiente.

A atividade : Escolher uma palavra com no mínimo 5 letras. Realizar fotografias que remetam a cada uma das letras da palavra escolhida.




Escolhi a palavra NATURAL, utilizando somentes elementos da natureza.

Fotografia, terceiro semestre.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Texto Poético - Sebastião Salgado

Texto Poético -
"Para saciar a fome, uma estrada sem fim. A caminhada ao horizonte, tão cansativa assim. Jogadas ao leu, fervendo sob o céu."




Sebastião Ribeiro Salgado é um fotógrafo brasileiro reconhecido mundialmente por seu estilo único de fotografar. Nascido em Minas Gerais, é um dos mais respeitados fotojornalistas da atualidade.

"Espero que a pessoa que entre nas minhas exposições não seja a mesma ao sair" diz Sebastião Salgado. "Acredito que uma pessoa comum pode ajudar muito, não apenas doando bens materiais, mas participando, sendo parte das trocas de ideias, estando realmente preocupada sobre o que está acontecendo no mundo".

terça-feira, 26 de maio de 2009

Dia de Sol em São Paulo


"UM DIA DE SOL em SÃO PAULO"
PISSARRO









Propaganda - Sabão em Pó Surf


Surf - "Poder da Natureza"- o sabão em pó Surf traz o frescor da natureza à suas roupas.

Jingle - inspirado na música de João Paulo e Daniel - "Minha estrela perdida".

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Multiplicidade do "Olhar"

O objetivo do trabalho seria representar, através de fotografias, a cidade de São Paulo relacionando-a com o movimento Cubista.
O lugar escolhido e fotografado foi a Estação das Clínicas. A idéia do trabalho de fotografia seria retratar a cidade, fazendo um paralelo com as obras do movimento cubista, e simultaneamente, usando as obras de Picasso e suas fases na pintura.
Mostramos São Paulo de diversos ângulos em um só plano, como se houvesse vários olhares em um só.













segunda-feira, 18 de maio de 2009

Resenha




Resenha feita a partir da leitura de O que é ideologia de Marilena Chaui.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Nelson Pereira dos Santos

Este vídeo tem como objetivo mostrar o Brasil a partir da visão de um diretor brasileiro. O diretor escolhido foi Nelson Pereira dos Santos.
Nelson foi um dos precursores do movimento do cinema novo. Cinema Novo é um movimento cinematográfico brasileiro, influenciado pelo neo-realismo italiano.
Considerado um dos mais importantes cineastas do país, seu filme Vidas Secas, baseado na obra de Graciliano Ramos, é um dos filmes brasileiros mais premiados em todos os tempos, sendo reconhecido internacionalmente como obra-prima.
O vídeo mostra a visão que o diretor possui do Brasil, da realidade brasileira. A intenção foi mostrar a realidade do nordeste brasileiro e do Rio de Janeiro, de suas favelas e seus habitantes. Foi relacionado com os filmes Notícia de uma guerra particular e Cidade de Deus.
Outro ponto importante é mostrar o paradoxo brasileiro, seus contrastes, suas dualidades.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Trabalho - Teoria da Comunicação




Esse trabalho realizado no segundo semestre tinha como objetivo a análise semiótica das obras realizadas pelo diretor Darren Aronofsky.
Em 1996, Aronofsky começou a criação de Pi, seu primeiro longa comercial. O diretor lançou em 2000, outro bom filme, Requiem para um Sonho. Foi um grande sucesso de crítica e é considerado por muitos o melhor trabalho do diretor. A história aborda o mundo das drogas de duas maneiras: o vício de um rapaz em injetar drogas, e o de uma mãe viciada em comprimidos para emagrecer.
Darren Aronosfky também dirigiu o filme Fonte da Vida (The Fountain).

O objetivo seria realizar uma capa de DVD para os filmes do diretor com uma análise semiótica.
O trabalho foi realizado relacionando os filmes do diretor com as Categorias do Pensamento , estudadas na semiótica.
A primeira parte do trabalho foi feita em relação à Fonte da Vida em Primeiridade (emoção, sentiment imediato, intraduzível, mente institiva ou espontânea). Já a segunda parte foi relacionada ao filme PI, em Secundidade (consciência do conflito - Eu interior X exterior). O texto relaciona os filmes PI e Fonte da Vida, em Terceiridade (ou seja, utilizando-se de argumentos lógicos).




O DVD do Fonte da Vida reproduz um quadro do pintor Joan Miró, Blue, mas com uma quebra na linearidade, já que foi realizado em Primeiridade. O universo representado no verso se encontra na forma de um espiral, símbolo muito presente nos filmes do diretor, representando o infinito. O azul no quadro é uma cor espiritual, o símbolo do interior e da noite cósmica na criação do artista e também é considerado a cor dos sonhos.




Já o DVD do PI, realizado em Secundidade, mostra um quadro do expressionismo, em que há a iluminação (luz, razão) do lado esquerdo do seu cérebro (lado da racionalidade, lógica, digital). No verso encontra-se um quadro representando o conflito exterior (EU X exterior).

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Trabalho de conclusão - 1º Semestre

O trabalho final da matéria Teoria da Comunicação, do primeiro semestre, consistia na escolha de um poeta brasileiro e na escolha de dois de seus poemas. Com isso, seria necessário passar a idéia da poesia com um vídeo. O poeta escolhido foi Manoel de Barros, hoje poeta reconhecido nacional e internacionalmente como um dos mais originais do século e mais importantes do Brasil.

A Namorada - Manoel de Barros


Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.


quinta-feira, 19 de março de 2009

Manoel de Barros

Trabalho final de Teoria da Comunicação

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
Manoel de Barros

Comentário:

Esse poema da segunda parte do livro retrato do artista quando coisa é uma proposta de negação das ações e influências do concreto sobre o homem, uma tentativa de mostrar que a maior riqueza é a incompletude do homem natural e não o assujeitamento do homem civilizado.

Este vídeo tem a intenção de mostrar um homem comum que vive na cidade tentando se libertar da civilização e de suas regras, que são impostas diariamente à população.